O Mal Estar da Civilização: Resumo de Freud
A imagem da
civilização
Em O mal-estar da civilização, Freud categoriza o homem em
relação aos animais a partir da civilização. Para ele, é justamente esse
elemento que dá identidade própria para a humanidade. Desse modo, carregamos um
componente coletivo e complexo que designa uma superioridade dentro de uma
cadeia.
Contudo, Freud não
faz separações entre civilização e o conceito de cultura. O nosso modo de vida
é designado por nossas próprias vontades e escolhas dentro dos mais variados
ambientes. Isso inclui o afastamento da nossa natureza instintiva.
Desse modo,
civilização se apresenta como a dominação da natureza humana pela vontade do
homem. Sem contar também os elementos regulatórios que fazem a condução das
relações humanas.
Substituição de
ordens naturais
Trabalhando O mal-estar da civilização, Freud acaba recorrendo ao artigo “Totem e tabu“, de 1921. Neste, está descrito a passagem da natureza em direção à cultura, de
modo que se transforme. De acordo com o mito “horda primeva”, havia um
sistema de patriarcado onde apenas uma grande figura masculina reinava.
O mito fala a
respeito de um pai todo-poderoso e arbitrário que possuía todas as mulheres.
Contudo, esse pai seria alvo de assassinato de seus próprios filhos.
Consequentemente, era criado um acordo onde ninguém o substituiria e
perpetuasse seu trabalho.
Desse modo, o
parricídio daria fruto a uma organização social que iniciaria a origem da
civilização. Sem contar que o tabu do incesto se inaugura como a primeira lei
em uma sociedade. De acordo com os escritos, o incesto provinha de natureza
anti-social.
O peso da cultura
na humanidade
Em O mal-estar da civilização, Freud deixa evidente que, na ótica
dele, a cultura produz mal-estar na humanidade. Isso porque há uma
contra-posição entre a civilização e as exigências produzidas pela pulsão, já
que um subverte o outro. Com isso, o indivíduo acaba abrindo mão de si mesmo e
se sacrificando e essência.
Entretanto, esse
sacrifício acaba gerando sequelas, tais como:
Redução da
agressividade
A humanidade possui
uma inclinação natural para ser agressiva e até selvagem. Contudo, as normas da
civilização impedem que esses impulsos sejam atendidos em sua forma pura. Por
segurança, decoro e até ética aos costumes, esse instinto natural precisa e
será reprimido.
Diminuição da vida
sexual
Todo ser humano possui impulsos sexuais que se manifestam primariamente
na própria psique. Porém, o mundo externo é permeado de regras e mandamentos que
repudiam a liberação desses instintos. Desse modo, a sociedade precisa esconder
esses impulsos sexuais e conter a sua satisfação pulsional para não sofrer
represálias.
Freud baseava esse
pensamento em O mal-estar da civilização por causa de
nossas tendências destrutivas. Ele deixa bem claro
que todos nós carregamos movimentos inerentes à destruição, anti-cultura e
anti-sociabilidade. Com isso, existe uma luta da civilização para tirar a liberdade do
indivíduo e substituir pela da comunidade.
No trabalho
em O futuro de uma ilusão existe uma certa resignação em
relação à natureza do homem. Em suma, é descrito que uma parte da humanidade
sempre será associal por causa de doenças ou excesso de pulsão. Assim, a guerra
entre indivíduo e civilização permanece eterna e imutável.
Nessa obra ainda,
Freud trabalha com a imagem de conservadorismo proporcionada pela religião. O
psicanalista indica que a base da religião é um mecanismo de defesa contra o
desamparo infantil que nos persegue até a maioridade. Na visão dele, a religião
equivale a um pai zeloso que oferta proteção, segurança e impede que haja
declínio total.
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